O que é?
A doença peri-implantar é uma condição inflamatória que afeta os tecidos ao redor de um implante dentário, sendo classificada em mucosite peri-implantite. A mucosite peri-implantar caracteriza-se por uma inflamação dos tecidos moles ao redor dos implantes dentários.
Já a peri-implantite, é uma forma de periodontite que compromete os tecidos de suporte ao redor do implante, resultando em perda óssea. Essa condição é causada pelo acúmulo de bactérias nocivas na superfície do implante, levando a inflamação e consequente reabsorção óssea.
Importância dos Implantes Dentários
Nas últimas décadas, os implantes osseointegrados tornaram-se uma solução amplamente adotada para reabilitação estética e funcional de espaços edêntulos. Com os avanços nas técnicas cirúrgicas, na qualidade dos materiais e na experiência dos profissionais, os implantes passaram a ser a principal opção terapêutica, tanto para casos unitários quanto para reabilitações orais mais complexas.
Papel do paciente e do dentista
Diante disso, é fundamental que o paciente compreenda a importância de sua participação ativa no tratamento e no acompanhamento odontológico. Além disso, o profissional deve estar atento aos sinais e sintomas clínicos, como: sangramento à sondagem — com ou sem dor, supuração, hiperplasia gengival e, em exames radiográficos a presença de lesões em formato de cratera ou taça. Além da exposição das espiras do implante devido à absorção óssea, quando não tratada adequadamente, a peri-implantite pode levar à destruição extensa do tecido de suporte e a perda do implante.
Diferenças entre Peri-implantite e Periodontite
Embora peri-implantite e periodontite compartilhem semelhanças quanto à microbiota, etiologia e progressão, o manejo das lesões peri-implantares exige abordagens específicas.
O agravamento da doença periodontal pode levar à perda de inserção e a reabsorção óssea de suporte, mesmo em casos de osseointegração bem-sucedida.
Diagnóstico
O diagnóstico correto é crucial para o desenvolvimento de um plano de tratamento adequado e de acordo com o Workshop Mundial sobre a Classificação de Doenças e Condições Periodontais e Peri-implantares (2018), a mucosite peri-implantar pode ser diagnosticada com bases nos seguintes critérios:
- Presença de sinais de inflamação peri-implantar como: vermelhidão, inchaço e sangramento dentro de 30 segundos após a sondagem;
- Ausência de perda óssea adicional.
A peri-implantite pode ser diagnosticada clinicamente pelos seguintes critérios:
- Presença de sinais de inflamação peri-implantar;
- Evidência radiográfica de perda óssea após a cicatrização inicial;
- Profundidade de sondagem aumentada em comparação com a ferida após a colocação da reconstrução protética;
- Presença de bolsa peri-implantar (> 5 mm).
Tratamento
O tratamento das doenças peri-implantares pode envolver abordagens não invasivas e cirúrgicas.
Tratamento não cirúrgico:
A terapia mecânica não cirúrgica, associada à conscientização do paciente sobre a importância da higiene oral e ao debridamento mecânico da região é essencial para a longevidade do tratamento. No caso da mucosite peri-implantar, a terapia mecânica não cirúrgica convencional, combinada com a melhora da higiene oral, pode resultar em uma redução média de 0,5 a 1,0 mm na profundidade de sondagem e uma diminuição de 15% à 40% no sangramento à sondagem.
Entre as recomendações clínicas, destaca-se a raspagem ultrassônica com ponta de PEEK, além de abordagens menos invasivas, como a irrigação com soluções antimicrobianas, incluindo clorexidina a 0,12% e o uso de Endogain®.
Tratamento cirúrgico:
Para estágios avançados da peri-implantite, caracterizados pelo aumento da profundidade da sondagem, presença de exsudato e perda óssea significativa, o tratamento pode exigir intervenções cirúrgicas ressectivas ou regenerativas.
Na terapia cirúrgica, diversas técnicas têm sido propostas, sendo a regeneração tecidual guiada uma das principais opções. O uso de membranas de PTFE-e tem demonstrado bons resultados na recuperação dos tecidos de suporte. O tratamento da peri-implantite deve ser conduzido de acordo com o estágio da doença.
Estágios iniciais:
O manejo pode incluir o uso de antissépticos, antimicrobianos e remoção de depósitos de placa e cálculo.
Estágios avançados:
As intervenções cirúrgicas como técnicas regenerativas e ressectivas podem ser necessárias, porém, evidências histológicas indicam que a obtenção de uma nova osseointegração é rara.
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