Onde tudo começou
Você sabia que já existiam dentistas antes de Cristo? Quando falamos de odontologia, segundo fontes como CFO, nos referimos à área da saúde que se dedica ao estudo, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças e condições que afetam a cavidade oral, incluindo gengivas, ossos maxilares e estruturas relacionadas.
Além de sua ampla atuação, a Odontologia possui origem mais distante do que a gente pode imaginar. Seu nome vem do grego: “odous” (dente) e “logia” (estudo ou ciência).
Agora, vamos nos aprofundar na sua trajetória com o passar do tempo e como ela reflete na busca incessante do ser humano pelo conhecimento, desenvolvimento científico e transformações culturais ao longo de séculos.
Primeiros registros: Antiguidade
A máquina do tempo ainda não foi inventada, mas nós vamos voltar para antes do início do nosso calendário gregoriano. Os primeiros registros de tratamentos dentários datam por volta de 3000 -1500 a.C, com civilizações egípcias, conhecidas como um dos berços da modernidade, que utilizavam ervas e ferramentas rudimentares — avançadas para a época — para tratar os problemas dentários do período. No Papiro de Ebers, já podemos ver referências a doenças bucais, além dos tratamentos.
Na antiga Mesopotâmia, é possível analisar registros cuneiformes que indicam intervenções dentárias realizadas por sacerdotes, intervenções essas que por diversas vezes foram associadas a rituais religiosos. Nesse período, acreditava-se que a dor de dente era causada por pequenos vermes e até demônios que cavavam os dentes e gengivas, mas isso é papo pra outra hora.
O Primeiro Dentista da História
O primeiro dentista é conhecido como Hesy-Ra, um oficial egípcio do alto escalão. Viveu e trabalhou durante provavelmente a terceira dinastia do reinado do faraó Djoser, e também durante o reinado do faraó Sekhemkhet, no século 26 a.C, cerca de 3,700 anos a.C.
Sua importância foi enorme e podemos observá-la em dois detalhes: Obteve permissão para associar seu nome ao do deus Rá, em sua tumba foram encontrados diversos itens valiosos, entre eles desenhos que ilustravam as ferramentas utilizadas por conta de seu ofício, dentista. Entre os diversos títulos recebidos, o principal era: “O número um e maior dos dentistas”.
Hesy-Ra é reconhecido oficialmente como o primeiro dentista ocupacional da história humana, sendo também reconhecido como o chefe dos médicos e dentistas do faraó.
China, Grécia e Roma Antigas
Em meados do século IV a.C, Hipócrates e Aristóteles descreveram técnicas de extração dentária e doenças bucais, contribuindo para o conhecimento anatômico da boca e dentes.
Hipócrates e Aristóteles escreveram sobre formação de dentes, doenças periodontais e procedimentos de extração. Os gregos se juntaram ao pioneirismo do Egito-Antigo e foram um dos primeiros povos a relacionar saúde bucal com a saúde geral do corpo, sendo um princípio que norteia a odontologia desde então.
Em Roma, aprimoraram as técnicas de higiene bucal e próteses dentárias. Escavações em sítios arqueológicos revelaram instrumentos sofisticados para a época, como pinças e sondas metálicas, além de evidências de próteses feitas com dentes humanos ou de animais fixados com fios de ouro.
Em resumo, a contribuição dos dois foi lançar as bases para o tratamento dos problemas dentários, indo na contramão já histórica de crenças e aplicando abordagens científicas e sistemáticas
Na China antiga, registros de práticas odontológicas datam por cerca de 3000 anos. A famosa medicina tradicional chinesa também incluía o tratamento de dores dentárias com ervas e acupuntura. Também é possível identificar relatos de próteses e limagem dentárias com fins estéticos.
Idade Média e Barbeiros-dentistas
Durante a Idade Média europeia, a prática odontológica passou por um momento de estagnação, onde o tratamento dentário passou a ser exercido majoritariamente por barbeiros-cirurgiões. Eles realizam extrações e procedimentos básicos, tudo isso sem anestesia. As extrações dentárias em sua grande maioria eram realizadas em praças públicas, servindo como entretenimento para multidões que acompanhavam os procedimentos.
Renascimento e Século XVII
Assim como seu nome, o renascimento trouxe de volta o interesse científico perdido sobre a anatomia odontológica. Foi nesse período onde tivemos o primeiro livro inteiramente dedicado à odontologia, chamado Artzney Buchlein, publicado na Alemanha em 1530 .
O Pai da Odontologia Moderna
No século XVI, tivemos o surgimento do pai da odontologia moderna. Pierre Fauchard, um cirurgião-dentista que transformou a prática ainda nova e experimental em uma ciência clínica estruturada.
Em 1728, Pierre publicou a obra intitulada ‘Le Chirurgien Dentiste’, onde organizou todo o conhecimento odontológico disponível na época, além de introduzir novos conceitos sobre: prevenção de doenças bucais, etiologia e diagnósticos.
Na obra, Pierre retratou a anatomia detalhada dos dentes, métodos sofisticados para extrações, obturações, confecções de próteses dentárias utilizando de materiais como: chumbo, estanho e também folhas de ouro.
Ele também foi pioneiro na defesa sobre a importância da higiene bucal e da profilaxia para a identificação de uma boa saúde oral, representando uma mudança de paradigma em relação ao foco contemporâneo sobre os tratamentos com curativos.
Pierre marcou uma nova era da prática odontológica com bases científicas, dando ênfase na observação clínica, na sistematização dos procedimentos e na educação formal dos profissionais, inaugurando assim uma nova era para odontologia, marcando também uma diferenciação histórica sobre a medicina e o ofício dos barbeiros-cirurgiões.
Pioneirismo Feminino na Odontologia
Em 1833 de março, o mundo teve sua primeira mulher formada em odontologia em um ambiente que até ao anos 80 era composto majoritariamente por homens. Lucy começou a estudar em particular com a supervisão de um cirurgião-dentista, sua qualidade e empenho a levou a abrir seu próprio consultório. Foi apenas em 1865 onde ela conquistou reconhecimento profissional, sendo aceita na faculdade de odontologia no Estado de Iowa. Por conta de seus anos de prática e conhecimentos, a mesma ingressou como veterana e em 1866 conquistou sua graduação, tornando-se assim a primeira mulher no mundo com graduação e doutorado em odontologia.
No Brasil, em 1906, Isabella Von Sydow se tornou a primeira mulher a se graduar em Odontologia, no Rio de Janeiro. Em sua turma haviam apenas 4 pessoas e Isabella era uma delas, sendo também a única mulher de sua turma.
Odontologia Brasileira
É de conhecimento global que a higiene brasileira e a odontologia faz parte disso. Documentos históricos retratam os indígenas com ótima saúde bucal na época de colonização, afinal, os mesmos eram acostumados a realizar tratamentos dentários, como o exemplo da tribo Kuikuro, do norte do Mato Grosso, que preenchia as cavidades dentárias com resina de jatobá aquecida.
Em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, mais especificamente nas regiões litorâneas, crânios encontrados comprovam as observações realizadas no período. Todos apresentavam dentes bem implantados e com poucas cáries.
Apenas em 1629 a história brasileira na odontologia passa por avanços substanciais. O ofício foi regularizado com a Carta Régia de Portugal e a partir desse momento, haveria punição para quem exercesse da função sem licença, podendo também ser multada.
Porém, era extremamente simplificado conseguir a habilitação, pois não existia a necessidade de ter um curso de formação.
De fato, a evolução na odontologia no Brasil começou em 1820, com o francês Dr Eugène Frederic Guérin . Em 1884, foi criado o Curso de Odontologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e na Bahia, e no ano de 1900 foi criada a Escola de Odontologia de São Paulo.
Brasil como potência Odontológica
Como se sabe, atualmente nosso país tem a maior gama de profissionais odontológicos do mundo, ultrapassando a casa de 400 mil dentistas, o equivalente a 1,95 dentistas para cada mil pessoas, número superior a diversos países.
Num mercado tão competitivo assim, se atualizar sobre novas tecnologias, métodos, modelos de mercado e principalmente sobre a mudança de consumo dos pacientes é fundamental.
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